Startup tem como principal objetivo divulgar os produtos amazônicos poucos conhecidos
Cleide Silva, O Estado de S. Paulo
25 de abril de 2021 | 05h00
Criada há menos de dois anos pelo administrador de empresas gaúcho Matheus Pedroso, de 29 anos, a Amazônia Hub tem como principal objetivo divulgar produtos da Amazônia que, segundo ele, são poucos conhecidos pelos próprios.
Também se propõe a ajudar nos gargalos enfrentados por produtores da região, como logística e acesso aos grandes mercados consumidores. Hoje o grupo busca um investidor para poder ampliar sua atuação.
A Amazônia Hub reúne, por enquanto, 17 startups de negócios de impacto, das quais 12 já vendem seus produtos em sua loja virtual. Todas as mercadorias são enviadas para São Paulo, e de lá passa por verificação, recebe código de barras e é distribuída.
A empresa também se encarrega do marketing, da integração e com outras plataformas de e-commerce. Atualmente a média mensal de vendas é R$ 15 mil e R$ 20 mil.
Todos os fornecedores da Amazônia Hub são da região e operam com matérias primas da biodiversidade. Com a pandemia que chegou cinco meses após a criação da empresa, os parceiros da Amazônia Hub tiveram de aprender a mexer com sistemas, utilizar redes sociais para vendas e até mesmo usar uma conta bancária. “A pandemia fez com que a transição para o digital fosse acelerada”, afirma Pedroso.
A plataforma oferece produtos de fabricantes do Amazonas, Mato Grosso e Pará, entre os quais chocolates, temperos, castanhas, mel, sucos desidratados, farinhas, geleias, café e cosméticos, todos desenvolvidos com matéria-prima natural.
Usinas para processar óleo
Outro trabalho desenvolvido em parceria com institutos locais é o treinamento e a instalação de usinas de processamento de óleos em comunidades que antes vendiam apenas a matéria-prima para beneficiamento, como andiroba e copaíba.
“Vimos que muitas associações tinham potencial para produção extrativista, mas só vendiam a matéria-prima em larga quantidade, sem muita qualidade, sem agregação de valor, e o preço que recebiam era baixíssimo”, diz Pedroso.
A Amazônia Hub recebe hoje óleos essenciais utilizados na produção de cosméticos, em tratamentos da pele, massagens e como incenso de quatro cooperativas que reúnem mais de mil ribeirinhos.
Estão à venda, por exemplo, óleo de andiroba (para cicatrização e anti-inflamatório), óleo de café (ajuda na produção de colágeno), óleo de breu (ansiolítico e aromaterápico) e óleo de copaíba (várias aplicações).
Na semana passada a Amazônia Hub entregou uma encomenda de vários produtos para uso próprio a um cliente da Virgínia (EUA). Também atende uma brasileira que mora na Flórida. Ela tem uma marca própria de cosméticos e usa os óleos em cremes e bronzeadores.
“Há um mercado promissor fora do Brasil para onde queremos expandir negócios, mas primeiro queremos firmar nossa operação para os brasileiros e ter escala de vendas”, afirma Pedroso.
Acesso à matéria original no site do Estadão