Copaíba: o que você precisa saber sobre planta mais utilizada na Amazônia

COPAÍBA E O USO TRADICIONAL

“Cupa-yba” do tupi “árvore de depósito” (ou que tem jazida, referindo-se ao óleo que possui em seu interior) é também chamada de copaíva ou copahu pelos indígenas da região amazônica.

Devido ao grande número de indicações medicinais, o óleo de copaíba já foi considerado a verdadeira panaceia e também a “árvore milagrosa”, sendo uma das plantas medicinais mais usadas na Amazônia.

Há relatos de que na época da invasão do Brasil por europeus,  eles observaram o comportamento de certos animais que, quando feridos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras para cicatrizarem suas feridas. E este é um dos usos mais tradicionais da copaíba: cicatrização de ferimentos em geral e inclusive até para passar no coto umbilical ( é um pedacinho de pele que fica no umbigo do bebê após o nascimento)

Existem algumas dezenas de propriedades medicinais diferentes que já foram comprovadas cientificamente como: atividade antimicrobiana, antiinflamatória, anti-neoplásica ( utilizada para destruir células malignas e, tem a finalidade de evitar ou inibir o crescimento e a disseminação de tumores)  entre outras. Estudos recentes têm demonstrado também grande potencial de uso do óleo de copaíba na área odontológica.

A designação correta para o óleo da copaíba é a de óleo-resina, por ser um exsudato constituído por ácidos resinosos e compostos voláteis. Erroneamente, também é chamado de bálsamo de copaíba, apesar de não ser um bálsamo verdadeiro, por não conter derivados do ácido benzóico ou cinâmico.

Os amazônidas também usam o óleo de copaíba para combater e tratar inflamações de garganta e amigdalite. Atua também em urticárias, dermatites, acnes e picadas de insetos.

 

COPAÍBA E A SUSTENTABILIDADE: A EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE COPAÍBA PREJUDICA A ÁRVORE?

A óleo resina de Copaíba é extraída diretamente do caule da planta, com a utilização de uma ferramenta chamada trado. Neste procedimento, o manejador faz a perfuração de forma controlada até atingir o tecido vegetal que contém a óleo resina, fazendo com que esta flua por um cano de pvc até o reservatório.

Após extraída a quantidade de óleo resina disponível na planta, o produtor faz a vedação do orifício perfurado com um torno de madeira, evitando a entrada de cupins e outros insetos no local, e permitindo extrações futuras.

Quando os fundamentos das boas práticas de manejo são seguidos, a extração do óleo resina é sustentável pois permite que a árvore se regenere, respeita o tempo de ‘descanso’ como os extrativistas dizem, e favorece condições para que a árvore se prepare para produzir para o próximo ciclo. Não existem estudos definitivos a respeito do tempo necessário para uma copaibeira recompor o óleo extraído. O volume por árvore varia de 0,3 a 3 litros, dependendo da espécie e condições às quais está submetida

A copaibeira está em um ecossistema composto por outras espécies, outras árvores que são companheiras à ela. Ou seja, onde tem copaíba manejada tem floresta em pé

 

 

COPAÍBA COMO INGREDIENTE COSMÉTICO

Por suas propriedades emolientes, bactericidas e antiinflamatórias, a copaíba pode fazer parte de formulações cosméticas desde na fabricação de cremes hidratantes, sabonetes, xampus e condicionadores de cabelos, balms, pomadas cicatrizantes, séruns anti acne, produtos para a pele oleosa e até gel dental. A concentração sugerida é de 0,5% a 2%

Nos cuidados com a pele a copaíba auxilia na hidratação e maciez da pele, ativando a elasticidade e diminuindo as rugas. Nos cabelos, age no equilíbrio da oleosidade, trata micoses e seborreias e protege os fios tingidos. Muito versátil para peles oleosas, auxilia no controle de oleosidade e no clareamento cutâneo.

Na indústria de perfumes, o óleo essencial de copaíba é muito utilizado como um excelente fixador de odores, combinando perfeitamente suas notas frescas e acres com essências de notas florais.

Outros usos bastante difundidos do óleo da copaibeira são na indústria de vernizes, solventes em pinturas de porcelanas, aditivo na confecção de borracha sintética.

Conheça a copaíba e outras matérias primas amazônicas no e-commerce do Amazônia hub. Elas são oriundas de comunidades extrativistas do Amazonas que seguem todas as diretrizes de manejo sustentável das espécies florestais

 

Referências: VEIGA JUNIOR, Valdir F.  and  PINTO, Angelo C.. O gênero copaifera L. Quím. Nova [online]. 2002, vol.25, n.2 [cited  2021-03-01], pp.273-286. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422002000200016&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1678-7064.  https://doi.org/10.1590/S0100-40422002000200016.

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