Vivências na Amazônia: Instalação de uma miniusina de extração de óleos na RDS do Uatumã

Era uma tarde quente em Manaus (nenhuma novidade até aqui), início de janeiro de 2020. Recebo uma mensagem no whatsapp:

Kima (Gerente do projeto) – Matheus, temos uma má notícia…

Eu – Qual?

Kima  – A empresa que contratamos pra transportar as máquinas de Manaus até a usina desapareceu. Já acionamos a polícia, mas não vamos conseguir outra empresa a tempo para a inauguração

Naquela hora pensei: Ou a gente dá um jeito de levar essas máquinas até a usina ou a inauguração será um fiasco e posso dizer adeus ao meu emprego

O problema é que as máquinas pesavam mais de 4 toneladas no total, e uma delas sozinha pesava em torno de 500 quilos. E Não existia estrada até a usina, somente o rio Uatumã. Além disso não tínhamos um barco que pudesse levar as máquinas, apenas voadoras para passageiros.

 

Após algumas conversas com a equipe decidimos ligar para a única pessoa que poderia nos ajudar a resolver este problema: Lazinho.

 

E ele foi enfático:

– Traz as máquinas até aqui que a gente dá um jeito

O transporte

Alugamos um caminhão munck e carregamos todas as máquinas em cima dele já esperando a chuva que vinha pelo meio do caminho.

 

A distância entre Manaus e Itapiranga é de 340 quilômetros aproximadamente. Pelo caminho passamos por diversos lugares únicos, como a Fazenda Aruanã  que possui mais de 1 milhão de castanheiras plantadas, e vários experimentos conduzidos com a espécie por diferentes instituições de pesquisa e ensino.

Também é a estrada que passa pela área de manejo madeireiro sustentável da Amil madeiras preciosas – Precious Woods, que conduz uma das maiores (se não a maior) operação de manejo madeireiro sustentável do estado do Amazonas.

Mas continuando a nossa jornada, após carregar o caminhão, chegamos até Itapiranga bem no início da tarde.

O barco que o nosso querido Lazinho conseguiu para carregar as maquinas e equipamentos, não era bem um barco, mas um “batelão” que naquele momento era tudo que precisávamos.

 

 

A única coisa que passava na minha cabeça naquela hora era: “Só por favor não afunda essa maravilhosa obra de arte em forma de veículo aquático”

Chegando até a base do Departamento de mudanças climáticas e gestão de unidade de conservação (DEMUC) local onde a usina fora construída, iniciamos a terceira etapa, e mais difícil de todas: Descarregar as máquinas utilizando somente a força do açaí e do peixe com farinha da nossa equipe, ou seja, no braço mesmo e de pés descalços.

 

E assim foi o resto do dia até o comecinho da noite..

E no final de tudo ainda tiramos uma foto pra registrar a nossa vitória! E comemorar também, pois mesmo que as condições para que tudo desse errado estivesse postas, o universo conspirou e conseguimos transportar sem percalços todas as máquinas e equipamentos pra dentro da usina.

 

 

Nas semanas seguintes seguimos com a fase de instalação e seleção da equipe que iria trabalhar na primeira mini usina de extração de óleos da RDS do Uatumã, desde a época da extração do Pau Rosa (Aniba Rosaeodora) na década de 80.

 

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